1.4.15

Meg Myers - Desire

30.3.15

Do amor-casa




Não queria levar o amor para casa... O amor devia ter um lugar fixo. Como as casas. Sustentadas na sua placidez e imobilidade. No seu estar para a vida. A serem o que são.

14.6.09

Here's where the story ends...

People I know, Places I go
Make me feel tongue tied
I can see how people look down
They're on the inside

Here's where the story ends

People I see, weary of me
Showing my good side
I can see how people look down
I'm on the outside

Here's where the story ends
Ooh, Here's where the story ends

It's that little souvenir of a terrible year
Which makes my eyes feel sore
Oh I never should have said the books that you read
Were all I loved you for
It's that little souvenir of a terrible year
Which makes me wonder why
And it's the memories of the shed that make me turn red
Surprise, surprise, surprise

Crazy I know, places I go
Make me feel so tired
I can see how people look down
I'm on the outside

Oh, Here's where the story ends
Ooh, Here's where the story ends

It's that little souvenir of a terrible year
Which makes my eyes feel sore
And who ever would've thought the books that you brought
Were all I loved you for
Oh the devil in me said go down to the shed
I know where I belong
But the only thing I ever really wanted to say
Was wrong, was wrong, was wrong

It's that little souvenir of a colorful year
Which makes me smile inside
So I cynically, cynically say the world is that way
Surprise, surprise, surprise, surprise, surprise

Here's where the story ends
Ooh, Here's where the story ends


Music: The Sundays


Após 4 anos de blogosfera...
i think this could be it... the end.

6.6.09

1 de Junho


Hoje, era aquele teu dia. Não era apenas mais um dia. Mas o teu dia. O dia do teu aniversário. E recordo-me, de não me lembrar de teres algo em ti de criança. Sinto em mim a estranheza profunda da tua passagem pela vida. O absurdo sem tamanho da tua morte. A vida frágil da tua essência que transmitiste a um pequeno ser que, sem saber muito bem, transporta consigo uma saudade e uma falta que ainda não aprendeu a medir. E confesso-te agora. Foram tantas as vezes que desejei ir no teu lugar. Foram tantas as vezes que fiz os balanços das nossas vidas e dos vazios das nossas ausências. Em tudo, a minha vida se media em milímetros… e a tua, em largos metros nas possibilidades infinitas que tinhas de enriquecer o mundo através do teu pequeno ser. E hoje. Hoje, senti que não vivi. Hoje passeei-te. Dentro de mim. Aconcheguei-te no espaço mais silencioso de mim e contei-te sobre a minha vida. Do que me fica e do que me resta ao chegar ao fim dos dias. Do peso que repousa na curva branca da cama que existe ao meu lado quando durmo e que visto pela manhã. Contei-te sobre o que em mim não consegues agora reconhecer. Sobre as escolhas que fiz e que sei que entenderias assim que os teus olhos me envolvessem com aquela candura de um verde água que denunciava a paz do teu espírito. Que desvelava o tamanho do mundo que os teus ombros possuíam no acolhimento dos meus monstros para os pacificar. Hoje… Hoje, fui egoísta. Tomei o teu tempo e demorei-me. Alonguei-me para te conseguir chorar. Não perguntei pelos teus. Por aqueles que deixaste. Hoje, fechei as janelas e deixai-me estar ao teu lado nesse canto mais escuro de mim.

24.5.09

Porque me apetece...



20.5.09

Into my arms...

A noite sente-se no silêncio da casa. Na tranquilidade pousada sobre os prédios povoados de luzes a transpirarem calor, aquele calor que me lembra a infância meiga dos meus invernos. No silêncio das ruas desertas que se calcorreiam pelos passos medidos a vozes vestidas de súplicas a murmurarem nas músicas que ecoam no espaço. Na penumbra da praça principal, as onze horas arrastam-se no relógio da torre frente à luz trémula do monumento … Perto dali, vê-se a luz frágil do lado de fora da vida arrumada que habita nas casas. Um candeeiro ilumina suavemente um quarto onde, nos cantos, moram as sombras cinzentas que ocuparam o espaço da ausência de luz. Nas paredes, a doçura de um sentir que tem hora marcada. Sentada à beira da cama, pega no telemóvel e lembra-se das suas pessoas. A ocuparem o espaço à volta no carinho que lhes tem. Está sozinha e é hora de lembrar. De lhes lembrar que pensa neles antes de adormecer. De fechar os olhos porque não sabe se estes se abrirão. Que lhes deseja todo o bem do mundo e que este lhes caia na pele como um carinho. Que lhes deseja uma boa noite. Uma noite daquelas em que o corpo parece repousar numa cama feita de nuvens e que seja tranquila no seu descanso. De lembrar que ainda respira. Que ainda está viva. Que hoje ainda não é hora. Que ainda não é necessário arrombar-lhe a porta de casa por não ter dado a chave de casa a ninguém para virem buscar as suas coisas. Para desocuparem a casa porque passou a viver num outro local mais cinzento e mais silencioso. Mas hoje… Hoje hesitou em escrever a mensagem. Hesitou em querer saber como estão. Hesitou em lembrar-lhes. Hesitou em escrever a trémula homenagem a mais um dia. Hesitou em cumprir. Em cuidar do carinho que devotava aos outros. Hoje… Hoje sentia que era o primeiro dia da sua morte.

11.5.09

Ayo




Ayo - How many times





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6.5.09

Da relatividade...



No tempo em que eu era pequena, em que havia unicidade e coerência na idade e no tamanho, os brinquedos que me acompanhavam eram uma caneta e um papel. Rabiscava o dito até à medula. Fascinava-me o que restava após tantos movimentos desalinhados a nascerem da minha mão. À medida que o tempo mostrava a revolta da idade perante o tamanho, fui dando conta que tinha um desejo secreto. O de ser escritora. Um desejo grande próprio de gente pequena, eu diria. Nessa altura, consolava esse desejo com a sensação nítida que tinha muito para dizer... à conta da contenção nos discursos. Curiosamente, a passagem do tempo vai-nos mostrando que devemos provar, enquanto podemos, os extremos permitidos ao paladar. Agora que considero já ter vivido um pouco, para preencher o tanto que tinha para dizer, sucede-me ter muito pouco para dizer. A relatividade tomou-me conta dos olhos. A importância desmaiou no meu entendimento. A necessidade... essa refinou. Tornou-se arisca. Arrogante. Passeia-se demoradamente na minha mente em momentos de tormento. Como se adorasse fazer transbordar a minha taça de inquietações, fazendo das gotas caídas a pique palavras que têm o tamanho do universo na relatividade que lhes assiste.

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# 1



Belos tempos estes...

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4.5.09

«Só depois de ter sido acusado do crime de silêncio é que Babel descobriu quantos tempos de silêncio existiam. Quando ouvia música já não eram as notas que ele ouvia, mas os silêncios entre elas. Quando lia um livro entregava-se integralmente às vírgulas e aos pontos e vírgulas, ao espaço em branco depois de uma frase e antes da letra maiúscula da frase seguinte. Descobria os espaços onde o silêncio se concentrava numa sala; as dobras dos cortinados, os fundos recônditos das pratas de família.»

Nicole Krauss

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3.5.09

From grace




it seems I have a weakness I didn't know about, till the day it rained
& it seems my weakness has been bulging, has been forcing its way
...
t seems I had a secret I didn't know about, till the day it poured
& it seems my secret has been bulging, has been forcing its way



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1.5.09

Viável

«Meias-luas suaves formaram-se sob os seus olhos e eles têm a idade que Ammu tinha quando morreu. Trinta e um. Nem velhos. Nem novos. Mas de uma idade viável, morrível.»

Arundhati Roy, O Deus das Pequenas Coisas


30.4.09

...

Nos olhos, uma neblina muralhada de pedra. Castanha. Sólida. Os ouvidos. Lacrados a silêncio quente.

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24.4.09

A medida exacta do amor

Eram 8h. O despertador tocou. Devagar, afastou a roupa da cama e sentou-se à beira. Pés no chão, costas direitas e mãos nos joelhos como se a disciplina começasse ao primeiro respirar consciente. Através da janela e com um olhar sereno, viu a manhã vestida de cinzento. Mais um dia. Levantou-se e foi tomar um duche rápido. 20m depois, pegou no relógio e colocou-o no pulso. Respirou fundo. Pegou na pequena régua de madeira de 20cms, amarelecida pelo tempo da escola e colocou-a no bolso interior do casaco junto ao coração. Sorriu timidamente. Pegou na mala e saiu. No autocarro, sentou-se junto à janela e observava os últimos andares dos prédios marcados pela arquitectura de outros tempos. Em alguns, vislumbrava tectos cinzentos com janelas sobressaídas a desenharem semelhanças com as águas-furtadas das ruas mais antigas de Paris. E nesses momentos, fascinava-o mais o céu que a terra. Mais as nuvens que o peso que as pessoas carregam consigo. Mais as memórias que as paragens que o autocarro fazia. Mais o seu mundo interior que os sorrisos indispostos das pessoas. E o dia resumia-se a este momento que, medido em minutos e segundos por um relógio, lhe transmutava o rosto. E à medida que observava, sentia uma espécie de emoção. A passar-lhe pelo rosto. Pelo corpo. Uma crescente e leve ternura por algo que era tão seu. Por se permitir viver num tempo e espaço diferentes. Por estar sozinho. Por ser feliz. E suavemente, os seus dedos procuravam a pequenina régua no bolso. Assim que a sentiam, na sua textura já polida pelo tempo, retiravam-na. E com ela, vinham as vozes misturadas das crianças com a da professora a ensinar o que era a sílaba tónica. E os dedos encostavam timidamente a régua ao coração debaixo do casaco que lhe servia de biombo envergonhado para uma operação tão delicada. Queria medir-lhe o tamanho. Saber o quanto ele havia crescido com aquela emoção que não sabia explicar e que durava o dia inteiro. Que crescia no peito, no lado esquerdo do coração e se prolongava pelo corpo como uma onda. Uma onda de serenidade a adormecer sentires. Uma onda de emoção que preenchia os seus bolsos. O seu dia inteiro. A sua noite tranquila. Queria saber qual era a sua medida exacta do amor.

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20.4.09

Da precisão...


Christian Coigny



Olho-te
com a precisão apaixonada de um cientista
a catalogar-te
os sorrisos infinitos que pintam cada estado do teu Ser.

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30.3.09

Do líquido...




Por vezes, existem momentos de uma tranquilidade absurda. A desenhar-se ilusoriamente na dança de um líquido dentro do copo. Uma dança orientada pelos dedos seduzidos de uma mão que pretende distrair. Embalar a mente arrastando e adiando uma decisão inevitável. Esquece-se a perspectiva, que desculpabiliza até o mais pequeno pormenor, e foca-se o essencial, o que há a reter e a levar na mala de viagem.

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26.3.09

desculpem...



Esta música foi escrita em menos de uma hora por Ewan MacColl, um cantor folk, em 1957 para a sua mulher, Peggy Seeger. Ela encontrava-se numa peça e telefonou-lhe a pedir sugestões para uma música que pudesse ser integrada numa cena romântica. Ele escreveu-a em pouco tempo e cantou-a ao telefone para ela.

Esta versão trabalhada de Roberta Flack surgiu em 1969 no Álbum 'First Take' e deu-lhe os prémios Record of the Year Award e o Grammy Award for Song of the Year.


É o meu pedido de desculpas pela ausência...
Sabem que a vantagem, por vezes, de quem não ouve bem reside na atenção que dedica àquilo que está perante os seus olhos. Ao modo como se sente o som pelo olhar. Pela entrega de quem canta. Experimentem.

15.3.09


Chet Baker


A noite já desceu há muito. E parece adormecer tranquila no pousio dos movimento das luzes dos carros nas ruas. E debaixo dos olhos, a solidão de uma noite fotografada a preto e branco. Cá dentro, o espaço de um atelier preenchido a meias com objectos vários e com uma vista sobre a cidade. Um sofá junto às portadas e um corpo aparentemente inerte e distraído pelo que se passa lá fora. A temperatura é agradável. No ar, flutuam sons aquecidos por uma frágil luz intermitente vermelha de um néon que invade timidamente o espaço de um deleite sensitivo que vem agora pegar-se às roupas desse corpo sentado no braço do sofá. E ouve-se o prenúncio de uma voz quente feminina que, murmurando meigamente, chora as pequenas indelicadezas do coração transformadas, agora, numa perda resignada de forças. Ao fundo, o som do piano alonga o ritmo suave de uma dor que não mata, mas carcome. Suavemente, a intimidade de um tom grave é anunciado por um corpo feito de metal a desmaiar em cadências pensadas a medir uma existência necessária sustentada em andaimes de sensações interiores. E assim passou mais uma noite. Mais uma em que o sono teimou em convidar-se. Em que os sentidos interiores tiveram ordem de soltura.

4.3.09

...


Alain Daussin


Existem noites em que a quietude de um coração cabe nos limites do espaço branco de uma mala velha de viagem. Lembram, de memória, o sabor doce que existe num bilhete de ida, sem rumo, comprado como se fosse um comprimido de cianeto para os momentos urgentes. Veste-se a cor vermelha nos lábios a desenhar a paisagem de um corpo que se reconhece selvagem. Indomável no sentir. Indelével na passagem. Perene na textura etérea da pele. Escarpado, de forma absoluta, na presença e na ausência. E o melhor dessas noites, guarda-se no silêncio vermelho do bâton que sabe a passagem sem despedida para outra cidade.

25.2.09

Protection...

22.2.09

Unusual things..


Nonnetta

16.2.09

...




«Pelo que vale, nunca é tarde demais... ou no meu caso, cedo demais para dizer que espero que sejas o que desejas ser. Não existe limite de tempo. Podes começar quando quiseres. Podes mudar ou ficar na mesma. Não existem regras para isso. Podes escolher o melhor ou o pior da vida. Espero que escolhas o melhor. Espero que vejas coisas que te surpreendam. Que sintas coisas que nunca sentiste antes. Que conheças pessoas com diferentes pontos de vista. E espero que vivas uma vida de que te orgulhes. E se achas que não és capaz, espero que tenhas a coragem para começar de novo.»

Do filme B. Button

8.2.09

Do naufrágio...

'Depois de Robinson Crusoe se ter abrigado em terra, após o naufrágio, e depois de ter retemperado as forças, recordou-se das capacidades de um bom cidadão: inspeccionou a carcaça do navio; elaborou um inventário; estabeleceu um balanço das suas possibilidades; e analisou a situação.
No que à cultura diz respeito, encontramo-nos na situação de Robinson. Naufragámos. Isso é grave, mas não é uma catástrofe, desde que não percamos o moral, não entremos em pânico, sejamos capazes de aprender e tenhamos determinação e persistência suficiente para nos reorganizarmos. ... Examinemos as nossas referências. Corrijamos os nossos erros. ...'

Dietrich Schwanitz

6.2.09

Do dizer...


José Saramago



"Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo."



Poema à boca fechada, Os Poemas Possíveis - 1966

2.2.09

Hoje...


Ansel Adams - Yosemite Valley - 1942



... o meu olhar teve este tamanho.
Uma pena... não te ter encontrado.

1.2.09

Quando Hollywood...


Randolph Scott e Cary Grant


era uma fábrica de sonhos gay...


Um artigo do Ípsilon.


De nenhuma praia...


Irving Penn


Não sei por que razão o mundo se inquieta
quando estamos sozinhos. Talvez não saiba
que esgotámos os olhos no rigor dos espelhos
e que, por isso, não somos capazes de traçar
um caminho senão para o evitarmos. Na verdade,
se cai a noite, estiolam-se as aventuras entre nós –
o teu silêncio respira longamente, às vezes
paira sobre as dunas do meu corpo a conspirar,
como um tear de nuvens a fiar tempestade
sou um vento salgado a prometer naufrágios;
mas nunca converte o assomo numa história.
Não sei porque se aflige tanto o mundo
se ficamos sozinhos. Talvez ignore
que nós não somos mar de nenhuma praia,
que escolhemos poupar às falésias as cicatrizes
das ondas; e tudo para não aprendermos
o verdadeiro nome das feridas.


Maria do Rosário Pedreira


28.1.09

Notas...



«O Dia do Presidente é um feriado novo para mim. na minha juventude tínhamos dois feriados presidenciais em Fevereiro: o aniversário de Lincoln a 12 e o de Washington a 22. (...) A ideia é homenagear todos os presidentes, tivessem sido bons ou maus, o que acho agradável pois dá-nos a oportunidade de homenagear até o mais obscuro dos presidentes. (...) os meus preferidos são os dois presidentes Harrison. O primeiro dos quais William Henry Harrison, que recusou heroicamente vestir um sobretudo na sua cerimónia inaugural em 1841, contraiu pneumonia e rapidamente se finou. Foi presidente durante trinta dias, quase todos passados inconsciente. Quarenta anos depois o seu neto Benjamin Harrison foi eleito presidente e foi bem sucedido na desafiante ambição de conseguir em quatro anos ter feito tão pouco quanto o seu avô fez num mês. (...) Ser-se Presidente dos Estados Unidos e não ter feito nada de relevante é, se virmos bem, um feito em si mesmo

Bill Bryson

21.1.09

Da desobrigação...


Não sei que nome lhe devo dar… A este distanciamento íntimo das coisas que me rodeiam. Das pessoas que passeiam dentro do meu círculo de afectos. A esta desistência de palavras. De gestos. De esforços. A esta paralisia que se confunde com uma espera, de nada. A sentir que nada do que intento, produz um efeito positivo. Que o que quer que diga mereça a pena, porque nem o vento ouviu e nem a palavra teve tempo ou espaço para pousar. A sentir que já não há espaço para a desilusão. Para a desatenção ou descuido. E sinto-me a envelhecer a passos largos no valor que dou a certos pormenores. Na importância que atribuo ao que de mim cuidam. Valorizam e guardam. Como se estivesse a poucos minutos de desaparecer. Encontrei, ao longo da vida, duas ou três pessoas a quem designei como sendo a minha memória fora de mim. Mostrei-lhes o que era ser eu. Se é que isto se pode dizer assim. E ia actualizando-lhes o meu viver, o sentir que me ficava das coisas. Porque me sentia ‘obrigada afectivamente’ a fazê-lo. Porque o queria fazer. Eram a minha memória. Porém, por razões várias, fui deixando de lhes contar os meus dias. Porque foram acontecendo coisas que, de certa forma, me libertaram dessa obrigação. Talvez algum descuido. Alguma desatenção ou deslealdade. E assim, aconteceu-me, por vezes, não encontrar sentido em fazê-lo. Fui fechando, aos poucos, a porta. Porque nem sempre sinto vontade de o fazer. Porque em nada adianta mostrar o que não vêem. Desobriguei-me. E deve ser este o nome dessa coisa que me distancia tanto: desobrigação afectiva.


20.1.09



Porque não consigo ser indiferente...
Porque desejo que seja de facto um novo ciclo...




LeAnn Rimes

18.1.09

do efémero...



Gostava de conseguir falar sobre o filme...
São poucos. Diria, cada vez mais raros, para mim, aqueles filmes que conseguem tocar ao de leve nas várias partes emocionadas daquilo que somos... assim, como uma mão espantada tocando e passeando-se nas lombadas dos livros de uma biblioteca recém-descoberta.

13.1.09

Como ser uma alma caridosa...


Inês Sastre


Com o tempo que tem estado... ser uma verdadeira alma caridosa, por estes dias, é coisa que não me parece particularmente difícil. Até ficará muito bem a quem quiser sê-lo, eu diria. Se não, vejamos. As temperaturas que continuam a descer de forma pouco tímida e até alarmante, para quem não está habituado(a) a estas afrontas climáticas tão negativas, poderão dar azo a hipotermias tão perigosas quanto indesejáveis. Ocorre-me, então, sugerir... uma vez que estas se previnem com o contacto de uma pele, de preferência extensa, quente na pele de outrém que sejamos, ainda que muito nos custe e exija de nós um esforço sobrehumano, uma alma caridosa ao serviço da saúde daqueles que de nós necessitam.


11.1.09

I would never...


Lila Downs

Cantora mexicana que passou parte da sua vida nos Estados Unidos. Regressou ao México e actualmente tem realizado concertos na América do Sul, Estados Unidos e Europa.
Burn it blue é uma das suas canções que faz parte da banda sonora do filme Frida e que foi nomeada para Melhor Canção na 75ª Cerimónia de entrega dos Óscares.

ouve-se...
Música: I Would Never
Álbum: Shake Away (2008)

10.1.09

...


M. - Paris

«Literatura de viagens, portanto. Porque há intensidades amorosas que só a literatura sabe exprimir. Do mesmo modo que há descobertas que só se fazem viajando. Seja a viagem para os antípodas ou, como neste caso, em pequenos passos, numa flânerie permanente, à volta do lugar que se aprendeu a conhecer como nosso, num trajecto feito não só no espaço mas também (e talvez sobretudo) no tempo.»

Carlos Vaz Marques, prefácio in Paris de Julien Green

8.1.09

Do erro...


William Claxton - Chet Baker


«Se todo o erro
não tivesse um resíduo de verdade,

não chegaria a ser um erro
para ser apenas um disparate.»



Vergílio Ferreira


6.1.09

Do que me arrependo...


Jeanloup Sieff - 1992

De não ter sabido ser mais compreensiva ainda, do que fui. De não ter sido ainda mais paciente do que fui, para ter sabido ouvir. De não ter sido mais leal comigo, quando foi momento de o ser. Arrependo-me. De não acreditar em promessas. Já vivi o suficiente para lhes conhecer a textura etérea que possuem. De não acreditar no amor. De não ser comovida por ele. Nasceu prematuro no mundo e falta-lhe a maturidade dos vinhos repousados no tempo.
Arrependo-me... de não ter ensinado alguém a testemunhar-me. De não ter conseguido ensinar que a minha vida, tal como a de todos os outros, é como a chama de uma vela. Frágil ao vento. Efémera. Que não tenho muito tempo. Que os meus livros, os meus rabiscos, as minhas coisas precisam de tradução. Para serem entendidos. Para existirem no tempo em que são acarinhados por alguém que não eu. Porque é aqui que estou quando não falo. São elas que falam de mim. Que o que sou pode perder-se, se for comigo. Testemunhar, é isto. É cuidar de tudo o que nos é dado por alguém. É saber ler as legendas dos actos e atitudes de alguém que, por vezes, não quer ou não sabe como falar. É saber sentir na mão o peso da importância das coisas que vivem à sua volta. É saber exactamente aquilo que lhe faz bem quando esse alguém precisa de nós sem o pedir. Testemunhar, é a forma mais sentida e verdadeira de construir o chão onde o amor nasce. Testemunhar, é guardar, dentro de nós, a existência de alguém. É a forma carinhosa de lhe dizer que a sua vida não foi em vão. E arrependo-me. Lamento não ter sabido ensinar alguém a testemunhar-me.

30.12.08


Alain Daussin


Agora há uma dor que pousa nas palavras.
Não as digas - um nome basta para
dividir o coração. Se me esqueceste entre

um livro e outro, finge que não sei; despede-te
de mim como uma lâmpada antiga, deixa que
a tua sombra seja a minha única paisagem.

Maria do Rosário Pedreira

28.12.08

Omara...


26.12.08

Dos dias...


SigurHead


mas sabes que só há repouso para o sofrimento
quando se entra no primeiro dia dos dias
sem ninguém

Al Berto

24.12.08

...




A tod@s,
os meus sinceros votos de dias melhores...
com tudo o que mais desejarem e precisarem.

Por aqui, ouve-se


23.12.08

Do inverosímil...




« 1 - Fevereiro (sábado). Fiz cinquenta e três anos há dias. Como é óbvio, não acredito. Mas enfim, é a opinião do Registo Civil. (...) É aliás uma idade inverosímil, a minha, desde os cinquenta. (...)»

Vergílio Ferreira



O manuscrito autógrafo é a última presença sensorial do autor depois do seu desaparecimento físico: resta a sua mão, quando já não podemos ouvir a sua voz. Poder ler os inéditos prolonga no presente o contacto com o escritor . . .

Fernanda Irene Fonseca



E continua a ser inverosímil... a sua ausência.

17.12.08

Bem que precisava...





A lullaby is a soothing song, usually sung to children before they go to sleep. The idea is that the song sung by a familiar and beautiful voice will lull the child to sleep
.

Melhor que Xanax... presumo.

15.12.08

Se me comovesse o amor...


M.


Se me comovesse o amor como me comove
a morte dos que amei, eu viveria feliz. Observo
as figueiras, a sombra dos muros, o jasmineiro
em que ficou gravada a tua mão, e deixo o dia

caminhar por entre veredas, caminhos perto do rio.
Se me comovessem os teus passos entre os outros,
os que se perdem nas ruas, os que abandonam
a casa e seguem o seu destino, eu saberia reconhecer

o sinal que ninguém encontra, o medo que ninguém
comove. Vejo-te regressar do deserto, atravessar
os templos, iluminar as varandas, chegar tarde.

Por isso não me procures, não me encontres,
não me deixes, não me conheças. Dá-me apenas
o pão, a palavra, as coisas possíveis. De longe.

Francisco José Viegas

13.12.08

Lésbica com costela Gay - II


Pois é, se julgavam que eu me tinha esquecido, enganem-se! Primeiro, quero agradecer o tempo que @s menin@s me disponibilizaram para responder a este pequeno desafio-em-tom-de-brincadeira.
Vamos lá, então, a saber que cooooisa é essa de uma «lésbica com costela gay». Pois é, queria eu abordar um tema que me cativa especialmente e que vou apreciando porque começa a ser cada vez mais evidente a emergência de um certo tipo... e sem querer estereotipar, pois que havemos nós de fazer quando as nossas cabecinhas estão formatadas desde pequenas para aplicar inconscientemente uma catalogação social, que só a idade, bem como a maturidade, e o pleno exercício de quem-não-querer-saber-da-vida-dos-outros-porque-temos-mais-que-fazer pode desconstruir. Esse tipo a que me refiro designei de «lésbica com costela gay». Porque o é na realidade. E afinal, o que é isso?
Começo por pegar no comentário da MC. De facto, uma lésbica com costela gay caracteriza-se, como ela diz e muito bem, por contrariar essa tendência generalizada, sem ferir susceptibilidades, de algumas lésbicas adoptaram um estilo mais masculinizado. Bem sei que a diversidade das mulheres lésbicas é muita e que as há para todos os gostos, e valha-nos ao menos isso em tempo de crise: a diversidade da «montra» já que «lavar a vista» nos vai dando conta das tendências de moda, eu diria!
Não posso deixar de confessar que a minha formação na juventude foi profundamente «bicha». E para mim este termo nada tem de depreciativo, muito pelo contrário, é com um certo orgulho que o digo. Fui fortemente influenciada pelos amigos gays que tinha nessa altura, nos tempos em que estudava em Lisboa e ia definindo, a par com todos os dilemas próprios de quem se assume, a minha identidade sexual. Talvez por isso, sempre tenha estado um pouco à margem da comunidade gay. Não me revejo em muitos dos géneros lésbicos que por ainda abundam, quer na forma de estar quer no modo de ser. Por essa razão, fico contente, por perceber que vão surgindo algumas primas-adaptativas, como o diz a menina Tangas - embora eu preferisse irmãs ou meeelheres-adaptativas, que se caracterizam pela proximidade aos gays naquilo que têm de melhor: o cuidado consigo própria sem resvalar numa vaidade odiosa, mas sempre com aquele sorriso no rosto de quem diz, como a MC: babem-se; o gosto pelos acessórios como pooolseiras (as de homem são cada vez mais giras!!!), relógios, cintos fashion, as malas-pochete giríssimas, os cachecóis/lenços coloridérrimos, os ténis unisexo catitas tipo Fly e companhia, os creeeeemes para tudo e mais alguma coisa, o corte de cabelo irreverente os tiques subtis que emanam do íntimo a condizer com algumas expressões linguísticas... ah, e não me podia esquecer, a dita da mão na anca à modelo e o abanar do pescoço como fazem as mulheres negras americanas quando nos fazem sentir que a elas ninguém as engana. Tudo isto correctamente aplicado numa forma de ser e de estar tipicamente feminina, sempre bem disposta e alegre com traços subtis de uma ironia leve no discurso a marcar um estilo próprio que revela essa dita essência, como diz a Fox, que mais ninguém tem. E sim, tenho uma costelazorra gay !


8.12.08

Mais um...

1. Colocar uma foto individual nossa .... haja paciência !!




2. Escolher uma banda/artista – Philip Glass – The Hours


3. Responder às questões somente com títulos de canções da banda/artista escolhido:

1) És homem ou mulher? Something She Has To Do

2) Descreve-te: Escape

3) O que as pessoas acham de ti? Morning Passages

4) Como descreves o teu último relacionamento: Dead Things

5) Descreve o estado actual da tua relação: The Hours

6) Onde querias estar agora? Choosing Life

7) O que pensas a respeito do amor? For Your Own Benefit

8) Como é a tua vida? Why Does Someone Have To Die

9) O que pedirias se pudesses ter só um desejo? The Poet Acts

10) Escreve uma frase sábia: An Unwelcome Friend


4. E 4 pessoas que respondam ao desafio, sem esquecer de avisá-los.

Meninas: G. [para se entreter... ;) ]; Tangas, Samartaime, Mots a La Bouche, .......